Jovens trabalhadores: A relação dos estereótipos prescritivos idadistas com as perceções de justiça organizacional

Abstract

A discriminação e os estereótipos relacionados com a idade no ambiente de trabalho é ainda um tópico pouco investigado, na medida em que estudos que concernem ao idadismo contra jovens empregados são ainda mais escassos. Os estereótipos prescritivos descrevem expetativas de comportamento que podem levar à discriminação, ao passo que indivíduos que não aderem às prescrições dos seus grupos sociais podem ser tratados de forma negativa. O principal objetivo deste estudo foi examinar o efeito da adesão/não adesão dos trabalhadores aos estereótipos prescritivos de discriminação etária nas perceções de desempenho e justiça organizacional. Para o efeito, foi elaborado um questionário, onde os participantes (N= 217) leram um cenário sobre uma situação de trabalho em que a personagem era um trabalhador mais novo, de meia idade ou mais velho que aderia ou não aderia a um estereótipo prescritivo, culminando num resultado negativo para o trabalhador. Deste modo, levantou-se a hipótese de que os participantes perceberiam os resultados como mais injustos se o protagonista fosse um trabalhador mais jovem que não aderisse ao estereótipo prescritivo. No entanto, a interação esperada não foi suportada pelos dados. Posto isto, este estudo amplia a investigação sobre as facetas do desempenho e destaca também a importância de haver mais estudos sobre a temática.

Discrimination and age-related stereotypes in the workplace is still an under-researched topic, to the extent that studies concerning ageism against young employees are even scarcer. Prescriptive stereotypes describe expectations of behavior that can lead to discrimination, while individuals who do not adhere to the prescriptions of their social groups can be treated negatively. The main objective of this study was to examine the effect of employees' adherence/non-adherence to prescriptive stereotypes of age discrimination on perceptions of performance and organizational justice. To this end, a questionnaire was designed in which participants (N= 217) read a scenario about a work situation in which the character was a younger, middle-aged or older worker who adhered or did not adhere to a prescriptive stereotype, culminating in a negative outcome for the worker. It was therefore hypothesized that the participants would perceive the results as more unfair if the protagonist was a younger worker who did not adhere to the prescriptive stereotype. However, the expected interaction was not supported by the data. That said, this study extends research into the facets of performance and also highlights the importance of further studies on the subject.