Networking social movements through individuals multi-participation

Abstract

This paper is drawn upon an on-going PhD research in Urban Anthropology, focusing on social movements and particularly on the establishment of networks of relations among them. Classical studies on social movements tend to focus on a specific type of social action, analysing its – collective and individual - actors individually. However, empirical data sustain the idea that there are complex sets of interdependency among different social movements, which tend to organize themselves in relation to other collective actors. Individual multiparticipation; convergence events as the so-called social forums; virtual and urban spaces of protest; and partnerships between organizations: all these linkages act as different types of ties between social movements, promoting complex networks of relations. This paper particularly focus on processes of individual participation, that is, simultaneous involvement on distinct contexts of collective action linked to social movements, and its several impacts, probing, through biographical analysis, the processes of identity reconfiguration, and individual multiparticipation on social movements. The impact of this multiparticipation on the organizations where these individuals are involved is also analysed, as, sometimes, a stronger relation between different movements have been constructed this way. The paper is organized around three different parts, each one comprehending one or more stories – snapshots of reality – collected through individual biographical interviews. As the research design and the proposed theme, the text follows, through its short stories, a somehow circular path, following the multiple social insertions of my interviewees. From the participation at Portuguese ATTAC to BE, a Portuguese left wing party. From BE to catholic institutions of charity and free software. And, finally, from free software to BE again.

Este artigo baseia-se numa pesquisa de doutoramento em Antropologia Urbana que se encontra em curso, centrando-se nos movimentos sociais e particularmente, no estabelecimento de redes de relações entre diferentes movimentos sociais. Os estudos clássicos sobre movimentos sociais tendem a focar-se num tipo específico de acção social, analisando os seus impactos – individuais e colectivos – individualmente. Contudo, dados empíricos sugerem um complexo conjunto de relações entre os diferentes movimentos sociais, que tendem a organizar-se em relação a outros actores colectivos. Multiparticipação, eventos de convergência, como os fóruns sociais, espaços urbanos e virtuais de protesto, parcerias entre organizações, todos estes mecanismos agem como diferentes tipos de laços entre movimentos sociais, promovendo complexas redes de relações. Este artigo foca particularmente processos de multiparticipação individual; ou seja o envolvimento simultâneo em distintos contextos de acção colectiva ligados a movimentos sociais; explorando, através de entrevistas biográficas, os processos de reconfiguração identitária que lhes estão associados. O impacto desta multiparticipação nas organizações onde estes indivíduos se inserem também será analisado, bem como as eventuais relações entre diferentes movimentos que daí poderão surgir. O artigo organiza-se em três partes, cada uma incorporando uma ou mais histórias – snapshots da realidade – coligidas através das entrevistas. Tal como o desenho da pesquisa e o próprio tema, o texto segue um percurso circular, de acordo com os múltiplos envolvimentos dos entrevistados. Da participação na ATTAC portuguesa ao Bloco de Esquerda. Do BE, a uma instituição católica de caridade e ao software livre. E, finalmente, do software livre ao BE de novo.