O capital humano, a empregabilidade e a participação dos empregados na criação e no acesso à riqueza produzida na empresa

Abstract

Os empregados participam na criação de riqueza por parte da empresa através do capital humano e através do capital estrutural formado pelos conhecimentos que vão colocando à disposição da empresa. A empregabilidade e a participação na propriedade da empresa são duas formas de motivar os empregados para colocar à disposição da empresa esses conhecimentos. O presente estudo desenvolve os conceitos capital humano, capital estrutural e capital intelectual e relaciona os com os conceitos de empresa, propriedade e propriedade da empresa. É mostrado que os problemas levantados pela contabilização do capital humano podem ser analisados na perspectiva de quem tem a propriedade do capital humano e a propriedade da empresa. São também exploradas as condicionantes da legislação portuguesa à mobilidade do capital intelectual, porque essa mobilidade é um requisito do interesse pessoal e social da empregabilidade. Com base numa amostra de 140 empresas foi estimado um modelo de equações estruturais PLSPM (Partial Least Squares Path Modelling) que relacionou o capital humano, o capital estrutural, a empregabilidade externa e a performance da empresa. De acordo com esse modelo, o capital estrutural tem um impacte positivo na empregabilidade externa dos empregados. Por sua vez a empregabilidade externa tem um impacte positivo na satisfação com a empresa e um impacte negativo na performance económica da empresa, medida a partir da competitividade, da produtividade e do valor libertado para remunerar os factores do capital. Estes dois efeitos de sentido contrário põem em causa a promoção da empregabilidade externa como uma política desejada pelos proprietários da empresa.

The employees create wealth for the firm through the human capital and through the structural capital formed by the knowledge they make available to the firm. Employability and firm share ownership by the employees are two ways of motivating the employees to make their knowledge available to the company. The current study develops the concepts of human capital, structural capital, and intellectual capital, relating them to the concepts of firm ownership and ownership of the firm. It is shown that the accounting for the human capital can be analyzed as a problem of those who own the firm and its human capital. Employability requires mobility of the intellectual capital. Therefore, the mobility of the intellectual capital is a matter of personal and social interest. Thus, the effects the Portuguese legislation has on the mobility of the intellectual capital are also investigated. A Partial Least Squares Path Model was estimated using a sample of 140 companies. This model relates the human capital, the structural capital, the external employability and the performance of the firm. According to this model the structural capital has a positive effect on the external employability of the employees. The external employability has a positive effect on the satisfaction with the firm. However, the external employability has also a negative effect on the economic performance of the firm, the performance being measured by the competition, the productivity, and the value gained for the capital factors. These two effects are opposed and question the promotion of external employability as a policy used by the owners of the firm.