O impacto da introdução dos ciclos de aprendizagem no ensino primário na cidade de Maputo-Moçambique

Abstract

Os especialistas da educação distinguem três fases da educação em Moçambique. A primeira é chamada tradicional, a segunda ocorreu no período colonial e a terceira pósindependência. A terceira fase, de forma rígida, iniciou nas zonas libertadas e ganhou forma após a proclamação da independência no ano 1975. A partir desse momento, o Ministério da Educação empenhou-se em reformular as políticas e redefinir os currículos como forma de adequar a educação à realidade da nação. Este esforço foi observado sempre que os contextos sociopolíticos e económicos foram alterados. O presente trabalho debruça-se sobre o impacto da introdução dos ciclos de aprendizagem no ensino primário. A política dos ciclos foi introduzida no contexto do Novo Currículo, através da lei 6/92, de 6 de Maio de 1992. Esta lei está patente no documento PCEB (Plano Curricular do Ensino Básico). O ensino básico em moçambique comporta três ciclos. O primeiro ciclo corresponde aos dois primeiros anos de escolaridade. O segundo, mais longo, corresponde a terceira, quarta e quinta classes e por fim o terceiro ciclo, correspondendo a sexta e sétima classes. Em termos de idade, o currículo prevê que os meninos iniciem o primeiro ciclo com 06 anos idade e vão progredindo á medida que reúnem as competências requeridas. Infelizmente a comunidade escolar não percebeu a dinâmica dos ciclos de aprendizagem. As escolas não foram reequipadas de modo a responder as novas exigências. Os resultados da implementação da política dos ciclos de aprendizagem não são satisfatórios. A falta de compreensão da política desmotivou os professores, os alunos deixaram de se empenhar e a qualidade da educação baixou consideravelmente.

Education specialists distinguish three phases of education in Mozambique. The first is called traditional, the second in the colonial period and the third post-independence. The third phase, rigidly, began in the liberated zones and took shape after the proclamation of independence in 1975. From that moment, the Ministry of Education was committed to reformulate policies and redefine curricula as a way of adjusting education to the reality of the nation. This effort was observed whenever socio-political and economic contexts were changed. This paper deals with the impact of the introduction of learning cycles in primary education. The policy of the cycles was introduced in the context of the New Curriculum, through Law 6/92, of May 6, 1992. This law is shown in document PCEB (Curricular Plan of Basic Education). Basic education in Mozambique involves three cycles. The first cycle corresponds to the first two years of schooling. The second, longer, corresponds to the third, fourth and fifth classes and finally the third cycle, corresponding to the sixth and seventh classes. In terms of age, the curriculum foresees that the boys begin the first cycle with 06 years. Unfortunately the school community did not realize the dynamics of learning cycles. Schools have not been retrofitted to meet the new requirements. The results of the implementation of the learning cycles policy are not satisfactory. The lack of understanding of the policy discouraged the teachers, the students stopped to engage and the quality of the education lowered considerably.