Imagens da infância: crenças e valores das mães com filhos na escola primária

Abstract

Este estudo teve como objectivos 1) caracterizar as dimensões de representação do desenvolvimento e da educação das crianças, a partir das crenças e dos valores parentais neste domínio, e 2) identificar alguns dos factores responsáveis pela sua variação. 311 mães de crianças do 1º e 2º anos de escolaridade em três escolas públicas de Lisboa responderam a um questionário que integrava ideias específicas sobre o desenvolvimento e a educação (crenças), e inquiria sobre as características ideias para os filhos, quando na fase adulta (valores), e sobre a duração da infância e da adolescência (etapas da vida). A amostra de mães foi caracterizada em termos socio-económicos, grau de experiência materna, sexo da criança e percepção comparativa dos filhos. Uma AF em Componentes Principais mostrou a saliência de cinco dimensões de significado das crenças: Tradição, Auto-Regulação, Inatismo, Controlo e "Bom-selvagem". A variação da intensidade destas crenças, bem como das crenças maternas sobre as etapas da vida foi, sobretudo, notória na clivagem socio-económica das respondentes. A AFC utilizada para a análise dos valores mostrou a sua organização semântica em torno de duas dimensões: "conservação-mudança" e "primazia a si/primazia a outro". A variação na partilha destes valores decorreu, uma vez mais, apenas da inserção dos sujeitos em categorias socio-económicas. Os resultados são discutidos à luz do modelo de Sigel et al. (1985; 1986; 1992) sobre as origens das crenças parentais.

This research aimed at: 1) establishing the representational dimensions of mothers" ideas concerning children development and education, and 2) identifying some of the factors associated with their variability. 311 mothers of 1st and 2nd graders of three public schools in Lisbon answered a questionnaire including specific ideas about child"s education (maternal beliefs), ideal attributes for their children as future adults (maternal values) and estimations for childhood and adulthood schedules. Subjects were also asked to specify their education, maternal experience, their child"s sex and their perception of children in general and of their own child. A FA in principal components showed five meaningful dimensions organising maternal beliefs: Tradition, Self-regulation, lnnatism, Control and "Bon sauvage". The only sound source of variability for both these beliefs and the childhood and adulthood schedules was mothers" education. The CFA performed on the ideal attributes for children"s development showed the organising role of two dimensions: Conservation-change and self-centeredness-others centeredness. The only source of variability for these value dimensions was found to be, again, the subjects education. Results are discussed within Sigel et al."s model for parental belief systems (1985; 1986; 1992).

Cette recherche présente deux objectifs: 1) la caractérisation des dimensions de représentation du développement et de l"éducation des enfants, à partir des croyances et des valeurs des parents, dans ce domaine, et 2) l"identification de facteurs responsables de leur variation. 311 mères d"écoliers de 1er et 2eme annés de trois écoles primaires publiques de Lisbonne ont rempli un questionnaire contenant des idées sur le développement et l"éducation des enfants (croyances), et demandant aussi les attributs idéaux pour leurs enfants, en tant qu"adultes (valeurs), aussi bien qu"une estimation de la durée de l"enfance et de l"adolescence (étapes de vie). L"échantillon a été classifié d"après l"appartenance sociale des sujets (niveau d’études), l"expérience maternelle, le sexe de l"enfant et la perception comparative de leur enfant. Une AF en composantes principales a montré l"existence de cinq dimensions de signification des croyances: Tradition, Autorégulation, Inatisme, Contrôle et "Bon Sauvage". Seule l"insertion sociale des sujets a été responsable de la variation de ces croyances, ainsi que de celles concernant les étapes de la vie. L"AFC utilisée pour l"analyse des valeurs a montré leur organisation sémantique en deux axes: conservation-changement et centration sur soi-centration sur les autres. La variation dans le partage de ces valeurs a été due, une fois encore, à l"insertion des sujets dans des catégories socio-économiques. Les résultats sont discutés par référence au modèle théorique de Sigel et al. (1985; 1986; 1992) sur les origines des croyances des parents.

Este estudio tuvo como objetivos: 1) caracterizar las dimensiones de representación del desarrollo y de la educación infantil, a partir de las creencias y de los valores paternos en este dominio, y 2) identificar algunos de los factores responsables por su variación; 3) madres de niños de 1º y 2º años de secularidad en tres escuelas públicas de Lisboa respondieran a un cuestionario que integraba ideas específicas sobre el desarrollo y la educación (creencias), e indagaba sobre las características ideas para los hijos, cuando en la fase adulta (valores), y sobre la duración de la infancia y de la adolescencia (etapas de la vida). La muestra de madres qué fue caracterizada en términos socio-económicos, grado de experiencia materna, sexo del niño y percepción comparativa de los hijos. Una AF en Componentes Principales mostró la aparición de cinco dimensiones del significado de las creencias: Tradición, Autorregulación, Innatismo, Control y "Buen Salvaje". La variación de la intensidad de estas creencias, así como de las creencias maternas sobre las etapas de la vida, fue sobre todo, notable en la "clivajen" socio-económica de las interrogadas. La AF utilizada para el análisis de los valores mostró la organización semántica en torno de dos dimensiones: "conservación-cambio" y "primacía a si / primacía a outro". La variación en el reparto de estos valores transcurrió, una vez más, solo de la inserción de los sujetos en categorías socio-económicas. Los resultados son discutidos a la luz del modelo de Sigel et al. (1985; 1986; 1992) sobre los orígenes de las creencias paternas.